
Mar sereno em vaga
sinfonia do vai-e-vem,
nostalgia do leva-e-traz.
Incessante ir,
que nem sempre leva.
Torturante vir,
que nem sempre traz.
O olhar, inquieto, indaga
às ondas murmurantes:
o que está por vir?
Na imprecisa sintonia
das ondas reticentes
a razão, confusa, divaga.
Mar sereno avança,
anoitecendo
em nostálgica sinfonia.
Incessante ir,
que nem sempre traz.
Torturante vir,
que nem sempre leva.
Vagas sombras
rondam a noite
em ondas de melancolia.
Sombras dos sulcos
que a vida traça
ao escorrer em fios.
Melancolia avança
embalada
em sinfônica nostalgia.
Incessante ir,
quase nunca leva.
Torturante vir,
quase nunca traz.
Sombras de imagens
que o dia aloja
nas ondas do córtex.
Imagens e rostos
que a vida enruga
no fluir dos dias.
Escuridão avança.
Mais um dia se foi.
E a vida se esvai.
Incessante ir,
quase nunca traz.
Torturante vir,
quase nunca leva.
Por onde navegas, coração?
Ao sabor de ondas,
num leva-e-traz em vão?
Manhã vem, em neblina.
E Ilumina, lenta e calmamente,
o mar, que recua sereno.
Incessante vai-e-vem
Torturante leva-e-traz.
Ao sabor das ondas
que levam e trazem (em vão?),
coração navega alheio
ao vai-e-vem do olhar
ao leva-e-traz da razão.
Com a vaga impressão
de ser novo...
De novo...
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