domingo, 22 de julho de 2007

Tragos




Sombras sobem na parede azul,
Sobras da fumaça que trago,
Que arde e afaga o meu peito.
O que quero ou faço, se é direito
Não penso. Assim não me corrijo.

Sobre o azul da parede sobem
Sombras, sobras do que trago,
Do que me entorpece e exalta.
Penso em tudo que me falta.
Esqueço. Assim não me aflijo.

Sobram no fundo azul, sombras
Que sobem daquilo que trago,
Do que me degenera e enleia.
Penso em tudo que me rodeia.
Desdenho. Assim eu me alijo.

O cigarro acaba, cessa a fumaça.
Na boca, resta o gosto amargo.
Arde o peito, que a emoção invade.
A razão enxerga sombras na parede,
Sobras do que não trago, há muito.



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